Por que drones trazem riscos ao espaço aéreo?
Utilizados de forma recreativa ou profissional para diversas atividades, os drones se tornaram vilões do espaço aéreo, causando o fechamento de aeroportos no Brasil e no mundo. Em São Paulo, o caso mais recente ocorreu em janeiro, quando o sobrevoo de um equipamento nas proximidades de Congonhas fechou o aeroporto por 20 minutos, atrasando dezenas de chegadas e partidas. No mesmo mês, o aeroporto de Heathrow, principal terminal de Londres (Reino Unido) e o mais movimentado da Europa, ficou fechado por uma hora devido à presença de um drone.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) esclarece nesta edição do ABEAR Responde quais são os riscos e os prejuízos causados pela presença de drones próximos aos aeroportos.
Colisão
O choque entre uma aeronave e um drone é o principal risco neste tipo de cenário, pois pode causar graves avarias à aeronave, em partes como asas, nariz, para-brisas e, principalmente, motores. “O impacto de um drone em uma das turbinas pode até causar a queda da aeronave”, diz o comandante Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR. “Utilizar drones perto dos aeroportos não é brincadeira. É necessário que os usuários entendam que essa atividade coloca a vida de muitas pessoas em perigo”, acrescenta.
E é exatamente por isso que os terminais são fechados quando um equipamento é avistado. “A aviação, que tem a segurança como um de seus pilares, não pode colocar em risco um voo nessa situação”, diz Jenkins.
Efeito cascata
Aviões impedidos de decolar e pousar, voos atrasados e efeito cascata na malha aérea. Esses são alguns dos problemas observados quando drones fecham aeroportos. “Além de prejuízos financeiros às companhias aéreas, quem perde também são os passageiros, que chegam atrasados ao seu destino e perdem escalas e conexões, por exemplo”, diz Jenkins.
Regras
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão da Aeronáutica, estabelece que drones não podem levantar voo dentro de um raio de até 5,4 km de um aeroporto. A partir desse afastamento a até 9 km do aeroporto, drones só podem ser operados até uma altura máxima de 30 m. Se o voo acontecer a uma distância superior a 9 km do aeroporto, os drones ficam liberados para atingir até 120 m de altura. Outras circunstâncias de operação devem ser checadas junto às autoridades.
Usuários de drones devem obedecer às regras de operação estabelecidas pelo DECEA, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que é a responsável pela certificação e homologação do equipamento. É necessária também uma autorização da ANAC para a operação.