“O Brasil reúne as condições para liderar a produção do SAF”, afirma presidente da ABEAR em evento do G20

A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Jurema Monteiro, destacou em evento do G20 realizado nesta quarta-feira (2) o potencial do Brasil na produção de combustível sustentável da aviação (SAF). Ao participar da abertura do encontro Mulheres na Transição Energética, em Foz do Iguaçu (PR), Jurema explicou que a jornada da descarbonização do setor aéreo contempla quatro pilares: novas aeronaves e motores, rotas e operações mais eficientes; uso de novas tecnologias; e compensação com créditos de carbono e a transição para o SAF. O evento reuniu ministros, autoridades e representantes do setor de energia.

“Com ampla expertise na fabricação de biocombustíveis, o Brasil possui tecnologia e matéria-prima para produzir 9 bilhões de litros de SAF por ano, volume superior aos 6,5 bilhões de litros de querosene de aviação consumidos anualmente. Confirmadas as projeções, atenderemos à demanda nacional e viabilizaremos a exportação para o mercado internacional, gerando riquezas para o país”, afirmou Jurema.

Ela destacou também a importância do evento para debater a inclusão feminina nos setores aéreo e de energia. “No Brasil, as mulheres são apenas 3% dos pilotos e mecânicos e cerca de 10% dos engenheiros do setor. Dessa forma, este evento constitui oportunidade inestimável para aprofundar o diálogo e avançar na construção de soluções para os desafios estruturais e contemporâneos da nossa sociedade”, concluiu.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a transição energética, assim como a inclusão de gênero, deve ser imediata. “Como líderes e formuladores de políticas públicas, temos a responsabilidade inegociável de garantir e de corrigir esse erro, da baixa presença feminina. Como sabemos, o setor energético é predominantemente masculino. Estamos dando um basta nisso. A participação das mulheres não é uma concessão. É uma condição essencial para o sucesso da transição energética justa e inclusiva”, afirmou.

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a transição energética e a inclusão de mais mulheres devem ser utilizadas para discutir valores e culturas. “Temos que pensar na transição de uma forma que ela reconstrua processos, que são diferentes em cada país, para que de fato a energia seja sustentável. Precisamos que as mulheres ocupem mais esses espaços de destaque”, disse Cida.

Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, a estatal já possui metas de diversidade em curso, com foco até o fim desta década. “Nós queremos alcançar um percentual mínimo de 25% de mulheres na liderança até 2030. Isso é muito positivo. Como sou uma mulher na liderança, conheço a importância de termos mulheres ocupando cada vez mais espaços no setor de energia.”

A representante do Secretariado-Geral das Nações Unidas para Energia Sustentável e copresidente da ONU Energia, Damilola Ogunbivi, alertou que o setor precisa olhar com atenção para a igualdade de postos de trabalho para todos os gêneros. “Oportunidades iguais na área de trabalho são essenciais para garantir uma transição energética justa. Temos que trabalhar para que as mulheres tenham igual acesso à educação e desenvolvimento de habilidades nos campos relacionados à ciência, tecnologia, energia e matemática”, pontuou Damilola.

Participaram também da abertura do evento o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; a ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafort; o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago; e o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Ênio Verri.

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