Há quatro anos, aviação entrava em campo na Copa e dava conta do recado
Há quatro anos, o setor aéreo vivia um momento de desconfiança da sociedade em geral quanto à capacidade de operação dos aeroportos e prestação de serviço por parte das companhias aéreas, já que o país receberia milhares de turistas do mundo inteiro em 12 cidades-sede dos jogos da competição.
A criação da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), em 2012, tinha como um dos principais desafios ajudar o setor a entregar uma aviação adequada para a Copa do Mundo, conta o presidente da instituição, Eduardo Sanovicz. “Nosso trabalho foi de organizar o meio de campo, entregar uma experiência de voo com qualidade e atender a demanda do período, que era um grande desafio logístico. Aliado a isso, tivemos a entrega dos primeiros aeroportos concessionados, que foram fundamentais para o resultado positivo que tivemos. Todo esse trabalho nos dá muito orgulho”, afirma o executivo.
Dados do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) mostram que, durante o evento, em 2014, a aviação conquistou pontualidade média de 91,2% nos voos. De acordo com a ABEAR, as companhias associadas transportaram 8,8 milhões de passageiros, em 77,2 mil voos, com uma taxa de ocupação de 80% durante o torneio.
Para o diretor de Segurança e Operações de Voos da ABEAR, Ronaldo Jenkins, esse resultado positivo se deve a um processo de planejamento, de organização. “Na época, criamos um ambiente cooperativo importante, envolvendo as companhias aéreas, o CGNA, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e administradoras de aeroportos. Esse modelo nos deu um importante legado, de maior agilidade e eficiência nas operações, que refletiu também nas Olimpíadas e Paralimpíadas” disse Jenkins. “Essa cooperação foi essencial, porque se tratou de um grande desafio logístico e uma corrida contra o tempo. Todos os ajustes necessários à operação para a Copa tiveram que ser feitos muito rapidamente. Se lembrarmos bem, o sorteio que definiu a tabela da Copa aconteceu em dezembro de 2013. Isso definiu toda a circulação das pessoas entre as sedes, os principais contingentes de torcedores, os jogos mais atrativos, os momentos e frequência dos momentos de pico e vale na demanda por transporte aéreo. Sem perder de vista que nossa Copa aconteceu no inverno, quando ficamos mais sujeitos a nevoeiros em alguns aeroportos que serviriam ao evento. Foram apenas seis meses para rever a malha aérea, preparar alternativas e oferecer voos em quantidade e preços adequados para atender ao público”, recorda o diretor da ABEAR.
O Relatório de Transporte Aéreo na Copa do Mundo FIFA 2014, elaborado pela ANAC, também registra um dado importante. O preço médio da passagem comercializada ao público adulto em geral para voos domésticos com origem ou destino nas cidades-sede do evento foi de R$ 320,49.
O mesmo material aponta que “o valor médio vendido por quilômetro voado (Yield Tarifa Aérea Doméstico) para voos domésticos na Copa do Mundo foi o menor do que aquele apurado para a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, para a Copa das Confederações FIFA Brasil 2013 e para o período de alta temporada dos meses de dezembro de 2013 e janeiro de 2014”.