Entenda como a topografia limita uso de tecnologia para pouso com mau tempo no Aeroporto Santos Dumont
Um nevoeiro voltou a fechar o Aeroporto Santos Dumont (Rio de Janeiro) na manhã de ontem (23), gerando dezenas de atrasos e cancelamentos, além de desvios para o Aeroporto Internacional do Galeão. O aeródromo é frequentemente afetado por esse tipo de adversidade devido à geografia do local, que não permite a utilização de tecnologia de pouso mais avançada.
O aeroporto carioca é um dos poucos que não operam com o ILS, do inglês Instrument Landing System, que é o sistema mais preciso de orientação vertical e lateral para pousos. “Como o aeródromo está localizado em região de topografia elevada devido aos morros circundantes, não é possível realizar uma aproximação com esse tipo de equipamento”, diz o consultor técnico da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Raul Souza. Nesse caso os aviões utilizam o sistema conhecido como RNAV (do inglês Area Navigation), voando por uma rota com pontos de passagem estabelecidos de acordo com o plano de voo, auxiliados por sistemas de navegação por satélite embarcados nas aeronaves. Tal mecanismo não oferece a precisão do ILS, mas garante igualmente a segurança das operações.
Instrument Landing System
O ILS é utilizado, sempre que possível, para a maioria dos pousos, ainda que seja conhecido principalmente como auxílio em situações de baixa visibilidade, como neblina, chuva e neve. Nos cenários mais severos, permite que o piloto (ou o piloto automático) voe exatamente até a pista, ainda que só consiga vê-la nos segundos finais antes da aterrisagem. A ABEAR explica neste link como a tecnologia opera, quais são seus tipos e funcionalidades.