Aéreas padronizam processos de serviços de solo
Ground operations, termo em inglês para os serviços prestados em terra para apoio às aeronaves (abastecimento de combustível, alimentos e bagagens, entre outros), passa por um momento histórico no Brasil, com a padronização dessa atividade.
O tema foi abordado, ontem, no Airport Infra Expo (principal evento do setor), com a participação de representantes da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Associação Internacional de Transportes Aéreos (da sigla em inglês IATA), Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (ABESATA), Associação Nacional de Empresas Administradoras de Aeroportos(ANEAA), INFRAERO, entre outros.
O manual denominado IGOM (IATA Ground Operations Manual), desenvolvido pela IATA em parceria com diversas companhias aéreas em todo o mundo, está sendo adotado por diversas empresas nacionais e internacionais, com o objetivo de padronizar processos de solo.
O diretor da IATA no Brasil, Carlos Ebner, disse que a iniciativa visa reduzir complexidades dos procedimentos e dos custos relativos a treinamento de pessoas e danos causados às aeronaves em solo. “Apenas em 2010, foram gastos mais de US$ 4 bilhões em reparos a aeronaves por danos causados em solo. Nossa intenção é criar um padrão espelhado nas melhores práticas mundiais”, afirmou o executivo.
De acordo com Ebner, até a criação do IGOM, cada companhia possuía um manual específico de ground, o que dificultava a prestação dos serviços de empresas terceirizadas que atuam no setor. “A maioria dos serviços de solo são feitos pelas ESATAS, empresas especializadas nesse trabalho. Com a padronização, o processo de treinamento de pessoas e o fluxo do serviço serão facilitados”, acrescentou.
Para o diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR, Ronaldo Jenkins, a eficiência do turnaround (encadeamento de procedimentos em série e/ou em paralelo que ocorrem desde o calço até o descalço da aeronave) é essencial para a manutenção de toda a operação aérea.
“É comum vermos uma aeronave estacionar e logo ela ser cercada por inúmeros veículos e dezenas de pessoas, todos em uma atividade frenética. Para que tudo ocorra dentro dos melhores padrões é necessário criterioso planejamento e muito treinamento. A padronização desse processo, pelo IGOM ou por um guia de melhores práticas elaborado por stakeholders do setor, certamente refletirá em uma melhoria de serviços para o passageiro, que é a busca constante das empresas aéreas”, disse Jenkins.