ABEAR e BOEING promovem debate sobre descarbonização no setor aéreo
Da esquerda para a direita: Lívia Cerezoli (Sistema Transporte) mediou o debate sobre descarbonização com a participação de Eduardo Calderon (GOL), Ligia Sato (LATAM), Otávio Cavalett (BOEING), Tiago Pereira (ANAC) e Pietro Mendes (MME) (Foto: Vinicius Andrade)
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) e a Boeing promoveram hoje (4) um debate sobre a descarbonização no setor aéreo, durante painel realizado na cerimônia de entrega do Prêmio de Jornalismo Aviação do Futuro com apoio do São Paulo Convention & Visitors Bureau.
O painel foi mediado pela gerente do Sistema Transporte, Lívia Cerezoli, com a participação do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes; o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Tiago Pereira; o diretor da BOEING para Políticas Públicas e Parcerias em Sustentabilidade para América Latina e Caribe, Otávio Cavalett; o diretor do Centro de Controle de Operações (CCO) e Engenharia da GOL, Eduardo Calderon, e a gerente de Sustentabilidade da LATAM, Ligia Sato.
“Precisamos de um conjunto de coisas para sermos mais competitivos. É fundamental ter a aprovação do PL do Combustível do Futuro, é fundamental ter uma regulamentação adequada da ANAC, é fundamental ter uma linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), é fundamental ter uma regulamentação com diferencial tributário. Teremos de ser mais criativos”, afirmou Pietro Mendes, do MME.
O diretor-presidente da ANAC, Tiago Pereira, destacou o pioneirismo do setor aéreo no tema da descarbonização, apesar de ser responsável apenas por 2% das emissões globais de CO2. “Nossa meta é alinhar a indústria e o governo para o Brasil se representar de forma mais efetiva nos fóruns internacionais. Nosso objetivo é fazer com que nossos combustíveis sejam aceitos e com competitividade no mundo afora”, disse.
“Temos quatro principais pilares: renovação de frota, pois aviões mais novos podem ser bem mais competitivos, com até 30% menos emissões. Temos também energia renovável, além da eficiência operacional, que pode melhorar o uso de combustível e emissões em torno de 10%, com melhores rotas. E por fim temos tecnologias futuras. Pouca gente sabe, mas um avião moderno hoje emite menos CO2 por passageiro-quilômetro do que um carro a gasolina com um passageiro só”, afirmou Cavalett.
Já a gerente de Sustentabilidade da LATAM Brasil, Ligia Sato, ressaltou que a estratégia da companhia foi criada durante a pandemia. “Antes mesmo da discussão do PL do Combustível do Futuro, estabelecemos uma meta de reduzir e compensar metade das nossas emissões domésticas até 2030. Durante todo o evento, várias autoridades comentaram o custo mais alto, talvez cinco vezes mais do que o QAV hoje usado nas aeronaves. Por isso temos de pensar em portfólio de ações”, explicou Ligia.
“Temos mais de 15 projetos de eficiência energética em curso e diversas frentes nesse sentido. Nossos clientes podem fazer descarbonização desde 2021, 50% da nossa frota de aviões é composta por modelos mais eficientes, que são os modelos da Boeing 737 MAX, sendo que nossa meta é alcançar 100% da frota renovada em 2032”, afirmou Calderon.