ABEAR apresenta a senadores os impactos da pandemia do novo coronavírus no setor aéreo
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) promoveu hoje (9) um debate com senadores, por meio de videoconferência, para apresentar o impacto do novo coronavírus na aviação comercial. Diante da pior crise do setor, o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz, destacou que as companhias têm mantido o país conectado para garantir, principalmente, o transporte gratuito de médicos e profissionais que atuam no enfrentamento da pandemia. Além disso, o foco do setor tem sido o fornecimento de remédios para regiões fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro-Brasília, especialmente nas regiões Norte (Amazônia) e Nordeste.
“A demanda doméstica teve redução de pouco mais de 90% e a internacional caiu a zero. Quem hoje está viajando são pessoas voltando para suas casas e equipes que estamos gratuitamente transportando, ligados a saúde, que são profissionais como médicos e enfermeiros, que atuam no combate à pandemia. Não há mais tráfego por conta de negócios e lazer”, afirmou Sanovicz. Ele lembrou que o setor tem mantido diálogo constante com o governo para encontrar medidas de apoio durante o atual cenário.
Houve consenso entre os participantes da videoconferência da importância de se estabelecer uma agenda legislativa para que o setor, em conjunto com o Congresso, possa retomar o seu crescimento e contribuir com o desenvolvimento econômico e social do país, após o fim da crise. “O mais importante é que a aviação brasileira seja alinhada com a mundial. Os regulamentos e regras têm que ser iguais aos dos nossos competidores nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. É absolutamente possível construir no Brasil uma aviação que tenha as mesmas regras que as melhores práticas internacionais”, afirmou o presidente da ABEAR.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) disse que o setor aéreo precisa de alternativas para sobreviver durante a pandemia do novo coronavírus e, especialmente, necessita de medidas para quando essa situação terminar. “É preciso pensar a aviação no pós-crise e como podemos fazer o setor avançar. Temos que trabalhar em iniciativas como zerar o ICMS sobre o combustível dos aviões (QAV)”, afirmou o senador.
Presente ao debate, a senadora Soraya Thronicke (PSL/MS) concordou que o setor aéreo precisa de um debate pós-crise para poder encontrar medidas que contribuam com a retomada do crescimento. “Estamos muito focados em fazer o que tiver de ser feito para que consigamos construir essa superação do país. Conto com meus colegas senadores para que, depois da crise, o meu sonho de ver o Brasil com muito mais voos possa ser realizado”, disse.
O senador Marcos do Val (Podemos/ES), por sua vez, reforçou a importância do diálogo com o setor aéreo para que o Senado possa colaborar com a busca de alternativas e soluções. “A aviação está passando por muita dificuldade, incluindo o turismo. É importante a gente se abastecer de bastante informação para elaborarmos propostas e ideias para que não haja um colapso no setor. De início, temos que colocar a aviação brasileira no mesmo patamar das regras internacionais”, disse o senador.
“Estamos fazendo várias reuniões com todos os setores da área de transportes, como o rodoviário e o aéreo. Sem dúvida setor aéreo é o que mais passa dificuldades no mundo e no Brasil. Essas reuniões são extremamente importantes para que o setor esclareça a melhor forma de o Senado colaborar”, afirmou o senador Wellington Fagundes (PL/MT).
Também participaram da videoconferência Marinez Chiele, assessora de Infraestrutura do Senado, o deputado Federal Edinho Bez (MDB-SC), a diretora de Relações Institucionais da ABEAR, Marina Mattar, e o diretor de relações externas da Associação Internacional do Transporte Aéreo no Brasil (da sigla em inglês IATA), Marcelo Pedroso.