ABEAR apoia lançamento do Conexão SAF, fórum da ANAC para a descarbonização do setor aéreo
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) lançou nesta quinta-feira (6) o Conexão SAF, fórum informal que visa unir atores públicos e privados para a identificação e elaboração de propostas e soluções que permitam ao setor aéreo brasileiro realizar a sua descarbonização por meio do uso de SAF (Combustível Sustentável de Aviação). A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) integra o grupo e apoia a iniciativa, ao lado de entidades como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Ministério de Minas e Energia (MME) e a Aeroportos do Brasil (ABR).
“A pauta da descarbonização é urgente. Temos metas para cumprir e este fórum será essencial para debatermos medidas que diminuam cada vez mais as emissões de CO². Parabenizo a ANAC por essa iniciativa e esperamos contribuir de forma contínua com essas discussões”, afirma a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.
“A sustentabilidade será o principal tema da aviação civil nos próximos dez anos. Estamos comprometidos com a redução das emissões e as formas de mitigar essas pegadas de carbono. O Conexão SAF será o elo dos setores aéreo e energético. A redução do impacto ambiental exige transformação, e isso só se dará com diálogo contínuo de toda a indústria”, disse o diretor-presidente da ANAC, Tiago Pereira.
Painel com ANAC, MME, SAC e ANP
O evento de lançamento contou também com o painel “Perspectivas e desafios dos combustíveis sustentáveis de aviação”, com a participação do diretor-presidente da ANAC, Tiago Pereira; do diretor do Departamento de Combustíveis Derivados do Petróleo do MME, Renato Dutra; do diretor de Outorgas, Patrimônio e Políticas Regulatórias Aeroportuárias da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Rafael Scherre; e do diretor da ANP, Daniel Vieira. A padronização internacional na produção de SAF e o PL Combustível do Futuro, que aguarda votação no Senado, foram os principais tópicos abordados pelos participantes.
Dutra, diretor do MME, ressaltou a importância do PL e do alinhamento aos padrões internacionais na produção dos combustíveis sustentáveis. “O que consta no projeto sobre SAF é muito positivo. Estamos alinhados às boas práticas internacionais e, se fabricarmos o SAF cumprindo essas práticas, permitirá que nosso combustível possa competir no mercado internacional”, disse.
O diretor da SAC reforçou a importância do equilíbrio econômico na produção do SAF no Brasil. “Não adianta fazer a transição energética se isso trouxer um peso econômico para o consumidor. Temos que tomar medidas para que isso ocorra de forma saudável. Temos discussões em curso e o PL é um grande ponto de partida. Mas temos ainda que explorar mais as discussões sobre inovação e questão tributária”, afirmou Scherre.
Vieira, da ANP, destacou a vanguarda do Brasil nos debates sobre sustentabilidade. “A ANP já vem atuando há bastante tempo no tema. Em 2013 fomos a primeira agência da América Latina a regular a matéria de combustíveis alternativos”, disse. “A nossa regulação está em linha com o contexto internacional. Do ponto de vista regulatório teremos o desafio da certificação e elegibilidade para suprirmos a demanda do combustível”, completou.
O diretor-presidente da ANAC também comentou sobre o alinhamento aos padrões internacionais de produção. “Para chegar lá fora, nosso combustível precisa ser certificado. Precisamos atuar nos fóruns internacionais para que esse combustível seja aceito. Isso não é novidade, vemos na pecuária, com o embargo de carnes, por exemplo. Esse será o grande desafio da ANAC”, concluiu.
Ao término do painel, a ANAC premiou aeroportos e empresas aéreas com melhores práticas sustentáveis. Clique aqui e confira a lista de vencedores.