Risco baloeiro e colisões de aves com aeronaves são ameaças para a aviação
O balão que caiu domingo (8) sobre um avião no Aeroporto Internacional de Guarulhos mostra como a aviação comercial está sujeita a ameaças que fogem do controle das companhias aéreas, mas que podem afetar a operação no dia a dia com riscos à segurança e possíveis atrasos, cancelamento de voos ou manutenções não programadas de aeronaves, prejudicando os passageiros. O risco baloeiro é um crime ambiental federal e previsto no Código Penal, por ameaçar a segurança do espaço aéreo.
A ocorrência de domingo mostra que a soltura de balões é uma prática que não está concentrada nos meses de junho e julho, época de festas juninas. Além dos balões, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) também faz um alerta para a presença de lixões irregulares no entorno de aeroportos, o que aumenta o risco de colisão de aeronaves com pássaros, o chamado “bird strike”, no jargão do setor aéreo. Em 2019, até o dia 10 de dezembro, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão da Aeronáutica, registrou mais de 2,5 mil colisões com pássaros, segundo dados do Sistema de Gerenciamento de Risco Aviário.
Dados do Cenipa mostram que, entre 2011 e 2017, o setor aéreo teve um custo adicional de 10 milhões por ano por causa da colisão de aeronaves com pássaros. As partes mais atingidas em um avião são os motores, a parte frontal das asas, o para-brisa e o radome (nariz da aeronave). A ABEAR apoia trabalhos de prevenção para evitar presença de aves nas áreas próximas aos sítios aeroportuários. Os principais aeroportos do Brasil possuem programas de manejo de fauna para mitigar o aparecimento de pássaros. No entanto, além das ações promovidas por aeroportos, é fundamental o apoio de prefeituras e outros órgãos públicos para evitar o acúmulo de lixo em áreas limítrofes de aeroportos, evitando a criação de ambientes propícios para a multiplicação desses animais.