ABEAR debate o uso de combustíveis sustentáveis na aviação
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) participou do seminário “Biodiesel e Bioquerosene: Sustentabilidade econômica e ambiental”, sobre o papel desse tipo de combustível no desenvolvimento sustentável do país e na recuperação econômica brasileira, dado o potencial de geração de novos empregos da atividade. O evento foi organizado pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), nesta quarta-feira (23), e contou com a presença do Ministério de Minas e Energia, da Secretaria de Aviação Civil (SAC), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agroenergia) e do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes, entre outros.
O seminário abordou a contribuição do Brasil para conter as mudanças climáticas. O compromisso entrou na agenda do país no dia 21 de setembro de 2016, quando o governo brasileiro entregou à Organização das Nações Unidas o instrumento de ratificação do Acordo de Paris sobre a mudança do clima. O Brasil se comprometeu a reduzir em 37% das emissões de Gases de Efeito Estufa – GEE, até 2025, e 43%, até 2030. Para alcançar o objetivo, o intuito é aumentar a participação de bioenergia sustentável.
O setor de aviação internacional representa 2% das emissões globais. Diante do cenário, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) firmou um acordo para neutralizar o crescimento das emissões a partir de 2020. De 2021 em diante, empresas aéreas com voos partindo ou chegando dos países signatários terão que reduzir ou compensar as emissões que ultrapassem os níveis do ano anterior.
A ABEAR participou do painel “Bioquerosene: Combustível sustentável de aviação e o Acordo do Clima de Paris”. Rogério Benevides, consultor técnico da instituição, reiterou que a adoção das medidas que englobam a inovações tecnológicas, medidas operacionais e uso de combustível alternativos irão estimular a evolução da aviação civil brasileira. “É importante lembrar que o setor é muito dependente da variação de preço. Então, precisamos ter o combustível a preços competitivos para não termos impacto nos bilhetes aéreos”, ressaltou Benevides.
Pedro Scorza, diretor de Biocombustíveis de Aviação da Ubrabio e assessor para Combustíveis Renováveis da GOL Linhas Aéreas, chamou atenção para a importância de se criar uma política pública para dar segurança para que a indústria comece a se desenvolver no país. “O Brasil tem todos os requisitos para ser um grande produtor de biocombustível, então, acredito que é um desafio e uma grande oportunidade também”.
Ricardo Fenelon, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), também se manifestou a favor da política nacional para promover a sustentabilidade da aviação. “A ANAC apoia a criação da política para produção e regulação de combustíveis renováveis para a aviação civil”, disse Fenelon.